5.25.2007

ASAP: 15 ANOS DE PROTEÇÃO ECOLÓGICA

Para conhecermos melhor a história da Associação dos Surfistas e Amigos da Prainha (ASAP), é preciso saber como foram os primeiros contato do homem com este pequeno paraíso, que possui a parte mais significativa dos hoje 8% da área original da Mata Atlântica, que é uma floresta tropical com fauna e flora riquíssimos e na época do descobrimento do Brasil ocupava grande parte do território nacional.
No Final da década de 50, em um dia de mar flat, sem condições para o surf, um grupo de surfistas resolveu partir da praia da Macumba para conhecer o outro lado das pedras. Tudo isso, claro, remando em cima das pranchas, que naquela época eram feitas de compensado naval, as famosas madeirites, de 10 pés e que pesavam cerca de 12 quilos, o que tornou a remada bastante exaustiva, mas que com certeza foi bastante recompensadora. A praia é considerada como o melhor pico (onde se surfa) para a prática do surf no Rio de Janeiro. Os Primeiros Desbravadores criaram uma estória para preservar o novo “secret spot” carioca da época, termo utilizado pelos surfistas para caracterizar um pico que poucos conhecem. Eles contavam que nas areias da praia estava os restos mortais de um antigo leprosário, o que os levou a batizar a praia como Praia dos Leprosos.
A estória não conteve o aumento de freqüentadores. O sucesso era tão grande que, na década de 60, para facilitar o acesso ao local, foi inaugurada a estrada que ligava o Recreio dos Bandeirantes a Prainha, com o nome de Avenida Estado da Guanabara. Com isso, o número de visitantes só aumentou nas décadas seguintes. Como é característica de todo sucesso, começaram a aparecer muitos problemas. Grande parte das pessoas que visitavam a praia não se importavam muito com a proteção do local e geralmente largavam os lixos na praia ou nas matas. Também nessa época, a Prainha começou a virar alvo de especulações imobiliárias. Com isso, toda essa riqueza natural passou a conviver sob constante ameaça, tanto por parte da poluição humana, quanto por ambiciosos projetos que previam a construção de prédios e estacionamentos.
É a partir deste momento que surge a ASAP. A associação foi fundada no dia 12 de agosto de 1992 por um grupo de surfistas freqüentadores do local e que estavam indignados com essas especulações sobre o futuro da Prainha e o principal objetivo era impedir que houvesse construções imobiliárias na região.
Foi com o apoio do então deputado estadual Alfredo Sirkis, do Partido Verde (PV), que o projeto começou a se concretizar. Foi o deputado que aconselhou os surfistas a criarem uma associação para conter os avanços urbanos e fazer a proteção ecológica da região. Através de uma lei criada por Sirkis, na Câmera dos Deputados, à área da Prainha se tornou uma área de preservação ambiental, o que impedia qualquer tipo de construção imobiliária na região.
Em 1995, através de um termo de compromisso assinado entre a ASAP, a Sub Prefeitura da Barra da Tijuca e a rede de lojas de surf wear Redley, a preservação da área está garantida. Este acordo tem como objetivo à implantação de uma infra-estrutura para apoio a prática do surf, parceria nas ações de fiscalização e controle ambiental, além de serviços de recuperação ambiental de áreas degradadas. Há alguns anos foi inaugurado o Parque Municipal Ecológico da Prainha, um antigo sonho dos membros da ASAP. O parque é um dos mais belos da cidade, com direito a banheiros, trilhas, mirante, chuveiros de água doce direto da fonte natural da Floresta e um centro cultural. A atual infra-estrutura da Prainha conta, além do Parque Ecológico, com dois quiosques, um pequeno restaurante na orla da praia e um estacionamento onde há racks de madeira para os surfistas colocarem as pranchas.
Mas nem tudo são flores na Prainha. Há alguns anos surgiram casos de assalto à mão armada, que são realizados geralmente no início do dia, quando os surfistas estão chegando na praia. A ASAP também tem dificuldades para controlar a ação de caçadores que entram na floresta por trilhas diversas e para acabar com o lixo que é jogado no brejo situado atrás do estacionamento.

- Animais que existentes na região e que estão ameaçados de extinção:

  • BOTO CINZA
O Boto Cinza (Sotalia Fluviatilis) é um pequeno cetáceo da família Delphinidade. Ele é encontrado na costa Atlântica da América do Sul e vive em águas costeiras. São de comportamento tímido e geralmente evitam a aproximação de barcos. A espécie é vítima freqüente das redes de pesca, onde freqüentemente se emalham acidentalmente. A poluição por esgotos e a destruição do habitat através de aterros e cortes de manguezais estão provocando a diminuição das populações de Boto no litoral brasileiro. Inclusive na Prainha...
  • TARTARUGA VERDE
A Tartaruga Verde pode ser encontrada em toda a costa brasileira. Ela está na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção, que foi publicada em 1989. A poluição marinha através do óleo, rejeitos químicos e a ingestão de plásticos estão provocando riscos à população de Tartarugas Marinhas na costa brasileira.


  • GAIVOTÃO

O Gaivotão (Larus Dominicanus) ocorre desde o extremo sul do continente americano, na Terra do Fogo, alcançando onorte do Brasil e as costas do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Ele é encontrado em ilhas próximas ao continente, como por exemplo, Cagarratas e Tijucas no Rio de Janeiro. É comum encontrá-los também na Baía de Guanabara. Alimentam-se de peixes e lulas, geralmente descartados por embarcações. Costumam roubar ovos de outras aves-marinhas, como Atobás e Fragatas, deixando-os cair ao chão para quebrá-los.

Ouvindo:

Attaque 77 - Karmagedon (2007)
Tim Armstrong - A Poet`s Life (2007)