O ano é 1994, e Ruanda, um pequeno e montanhoso país localizado no centro da África, vive uma forte crise política entre os dois grupos étnicos da região, os Hutus, que são a maioria, e os Tutsis, que estão em menor número.
Ruanda, que era uma colônia da Bélgica, sempre teve como grupo dominante do poder os Tutsis, até a independência em 1962. Durante esse período, a classe alta dos Tutsis foi manipulada pela Igreja Católica e pelos belgas para reprimir o resto da população – os Hutus e os demais Tutsis -, através da cobrança de impostos e impondo o trabalho forçado, aumentando ainda mais os problemas sociais entre os dois grupos étnicos.
Ruanda, que era uma colônia da Bélgica, sempre teve como grupo dominante do poder os Tutsis, até a independência em 1962. Durante esse período, a classe alta dos Tutsis foi manipulada pela Igreja Católica e pelos belgas para reprimir o resto da população – os Hutus e os demais Tutsis -, através da cobrança de impostos e impondo o trabalho forçado, aumentando ainda mais os problemas sociais entre os dois grupos étnicos.
Após a independência, os Hutus passaram a ser o grupo político dominante em Ruanda, e logo tomaram várias medidas de repressão contra os Tutsis, o que acaba gerando mais uma crise política. O Major General Juvénal Habyarimana distitui o seu primo Grégoire Kayibanda do poder em 1973, dissolve a Assembléia Nacional e abole todas as atividades políticas do país.
Em 1978, foram organizadas novas eleições e é aprovada uma nova constituição. Habyarimana é confirmado como presidente e o resultado se repete nos anos de 1983 e 1988, todas como candidato único. Em julho de 1990, em resposta as pressões públicas por reformas políticas, Habyarimana anuncia a intenção de transformar Ruanda em uma democracia multipartidária.
Em 1978, foram organizadas novas eleições e é aprovada uma nova constituição. Habyarimana é confirmado como presidente e o resultado se repete nos anos de 1983 e 1988, todas como candidato único. Em julho de 1990, em resposta as pressões públicas por reformas políticas, Habyarimana anuncia a intenção de transformar Ruanda em uma democracia multipartidária.
Mas, devido a uma série de problemas climáticos e econômicos, tem se o início dos conflitos internos entre a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), formada por Tutsis refugiados nos países vizinhos, e o Governo Hutu. Em 1992 é assinado um acordo de cessar-fogo entre os dois grupos. Mas, com a morte do Presidente Habyarimana, em abril de 1994, após um ataque ao seu avião na chegada ao aeroporto de Kigali, capital de Ruanda, a crise política entre os dois grupos se agrava, o que acaba gerando o grande genocídio que se siguiria nos próximos três meses.
É neste triste cenário que se passa a história real de Hotel Ruanda (2004), estrelado brilhantemente por Don Cheadle e que lhe proporcionou uma indicação ao oscar de melhor ator. Cheadle é Paul Rusesabagina, gerente do Mille Collines, de propriedade de uma empresa belga.
Rusesabagina é um hutu que tem parentes e amigos Tutsis, inclusive sua esposa e filhos, vive uma vida tranquila e dedicada ao trabalho. Com o agravamento dos conflitos entre as duas etinias e a perseguição dos Hutus aos Tutsis, ele acaba se tornando um líder do campo de refugiados que acaba se tornando o hotel que gerencia.
O mais espantoso de toda essa história é que essa divisão entre Hutus e Tutsis foi criada pelos colonos belgas. Não há nenhuma diferença linguística ou cultural entre eles, visualmente não há como se saber quem é hutu ou quem é tutsi, a única forma de se descobrir é através dos documentos de identificação. Este tipo de situação é retrado várias vezes ao longo do filme, principalemente em uma cena em que o personagem vivido por Joaquin Phoenix, o jornalista Jack Daglish, conversa com um repórter local sobre as origens dos conflitos entre os dois grupos e as suas principais diferenças.
Hotel Ruanda é um filme que desperta no público sentimentos de revolta e incompreensão sobre a situação de um povo que vive conflitos que, para nós, não faz nenhum sentido, causado por uma situação de manipulação de um país mais rico sobre um mais pobre. Um conflito gerado por um colonizador que só se preocupou em explorar a região e estimular o desentendimento entre a população, criando diferentes grupos que antes não existiam.
Esses sentimentos também são percebidos a partir da exposição de que os Hutus eram financiados pelo governo francês, pela total falta de interesse das principais potências mundiais em intervir nos conflitos e na tentativa destes de ignorar os fatos que aconteciam em Ruanda, tentando camuflar um genocídio de quase 1 milhão de pessoas, o equivalente a 11% do total da população e 4/5 da população de tutsis que viviam no país.
É neste triste cenário que se passa a história real de Hotel Ruanda (2004), estrelado brilhantemente por Don Cheadle e que lhe proporcionou uma indicação ao oscar de melhor ator. Cheadle é Paul Rusesabagina, gerente do Mille Collines, de propriedade de uma empresa belga.
Rusesabagina é um hutu que tem parentes e amigos Tutsis, inclusive sua esposa e filhos, vive uma vida tranquila e dedicada ao trabalho. Com o agravamento dos conflitos entre as duas etinias e a perseguição dos Hutus aos Tutsis, ele acaba se tornando um líder do campo de refugiados que acaba se tornando o hotel que gerencia.
O mais espantoso de toda essa história é que essa divisão entre Hutus e Tutsis foi criada pelos colonos belgas. Não há nenhuma diferença linguística ou cultural entre eles, visualmente não há como se saber quem é hutu ou quem é tutsi, a única forma de se descobrir é através dos documentos de identificação. Este tipo de situação é retrado várias vezes ao longo do filme, principalemente em uma cena em que o personagem vivido por Joaquin Phoenix, o jornalista Jack Daglish, conversa com um repórter local sobre as origens dos conflitos entre os dois grupos e as suas principais diferenças.
Hotel Ruanda é um filme que desperta no público sentimentos de revolta e incompreensão sobre a situação de um povo que vive conflitos que, para nós, não faz nenhum sentido, causado por uma situação de manipulação de um país mais rico sobre um mais pobre. Um conflito gerado por um colonizador que só se preocupou em explorar a região e estimular o desentendimento entre a população, criando diferentes grupos que antes não existiam.
Esses sentimentos também são percebidos a partir da exposição de que os Hutus eram financiados pelo governo francês, pela total falta de interesse das principais potências mundiais em intervir nos conflitos e na tentativa destes de ignorar os fatos que aconteciam em Ruanda, tentando camuflar um genocídio de quase 1 milhão de pessoas, o equivalente a 11% do total da população e 4/5 da população de tutsis que viviam no país.
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Ouvindo: Jack Johnson - Sleep Through the Static (2008)