12.14.2006

1981: O Glorioso Ano do Flamengo

Na foto:
em pé - Leandro, Raul, Mozer, Figueiredo, Andrade, Júnior
agachados - Lico, Adílio, Nunes, Zico e Tita.
No dia 13 de dezembro de 1981, há 25 anos atrás, o Flamengo conquistou o maior título de todos esses 111 anos de glórias do clube, o Mundial Interclubes, disputado em Tóquio, no Japão. O ano de 81 foi o que o Flamengo teve mais conquistas, ganhando o Campeonato Carioca, a Taça Libertadores da América e o já citado Mundial no Japão, em menos de um mês.
Tudo começou uma semana antes do dia 15 de novembro de 81, dia do aniversário de 86 anos do clube. Em 8 dias, o Flamengo fez a seguinte seqüência de vitórias: 6 a 0 no Botafogo, 6 a 1 no Americano, 2 a 1 no Cobreloa do Chile e 3 a 1 no Fluminense, sem poupar titulares, uma coisa impensável para os times de hoje.
A goleada contra o Botafogo, que aconteceu no dia 8 de novembro, foi como um acerto de contas com o passado. Quase dez anos antes, em 72, o alvinegro goleou o Flamengo pelo mesmo placar e com direito a gol de letra de Jairzinho. As gozações durante esse período foram inevitáveis e em todo clássico havia uma faixa na torcida alvinegra lembrando a goleada. A partir do momento que a vitória do Flamengo passou a ser certa e se desenhava uma goleada, a torcida passou a pedir seis gols e o jogo foi como uma vingança para a torcida rubro-negra.
Na terça o time voltou ao Maracanã para golear o Americano por 6 a 1 e na sexta-feira aconteceu a primeira final do torneio continental, também no maraca, contra o Cobreloa, do Chile. O Flamengo já ganhava de 2 a 0, com dois gols de Zico, antes mesmo dos 30 minutos do primeiro tempo. A torcida já esperava nova goleada, mas o jogo terminou 2 a 1, com o Cobreloa descontando com um gol de Merello, aos 22 do segundo tempo.
Sem tempo para descansar, o Flamengo voltava a campo no domingo, no dia do aniversário do clube para ganhar do Fluminense de 3 a 1, sem poupar os titulares.
Na sexta-feira, dia 20 de novembro, começou a guerra que o Flamengo enfrentou para conquistar a Taça Libertadores. No Estádio Nacional de Santiago o time carioca teve que enfrentar a violência da torcida chilena, que jogou rojões nos jogadores e na torcida rubro-negra; e a violência do time do Cobreloa. O zagueiro Mario Soto, com uma pedra na mão, agrediu alguns jogadores cariocas. Tendo que enfrentar todas essas situações, o Flamengo acabou perdendo por 1 a 0, com um gol contra do lateral direito Leandro.
Três dias depois, os dois times disputaram um jogo extra para decidir quem seria, enfim, o campeão das Américas. O jogo foi realizado em campo neutro, no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. Por causa das agressões no último jogo, Lico não pode jogar o terceiro jogo da final e Adílio quase ficou de fora. Mas sem toda aquela pressão e clima de guerra em Santiago, o Flamengo impôs o seu ritmo de jogo e Zico colocou o rubro-negro em vantagem, marcando dois gols. Com a vitória praticamente garantida, o técnico Paulo César Carpegiani colocou o atacante Anselmo no lugar do centroavante Nunes, com apenas um objetivo: dar o troco no zagueiro Mario Soto. Com poucos minutos em campo e faltando pouco para o final da partida, Anselmo deu um murro em Soto, foi expulso, mas lavou a alma rubro-negra. Com isso o Flamengo levava pra casa o título de Campeão da Libertadores, o primeiro daquele glorioso ano de 81.
Na volta ao Brasil, logo dois dias após a conquista do título, o Flamengo ganhou de 5 a 1 do Volta Redonda, antes de jogar as três partidas finais do Campeonato Carioca contra o Vasco. Mas antes das finais, uma notícia abalou todo o clube. O técnico Cláudio Coutinho, responsável pela formação daquela brilhante equipe, morreu afogado enquanto realizava pesca submarina nas Ilhas Cagarras, um arquipélago próximo à praia de Ipanema. No dia 29 de novembro, apenas dois dias após a morte de Coutinho, o Flamengo enfrenta o Vasco no Maracanã pelo primeiro jogo da final do Carioca. O time entra em campo com uma tarja preta sobre o escudo na camisa. O rubro-negro só precisava de uma vitória para ser campeão mas, ainda abalados com o que aconteceu, a equipe acabou perdendo por 2 a 0 e, pelo menos, mais um jogo teria que ser disputado.
No dia 2 de dezembro, horas antes do jogo, um temporal caiu sobre a cidade do Rio de Janeiro e o gramado do Maracanã ficou encharcado e o futebol de velocidade e toque de bola refinado do Flamengo foi prejudicado. Com o empate em 0 a 0, a torcida já comemorava o título quando, aos 44 minutos do segundo tempo, Roberto Dinamite marcou o gol da vitória vascaína forçando mais um jogo, que seria o terceiro e decisivo clássico da final do Carioca de 81.
Com mais de 160 mil torcedores no Maracanã, Flamengo e Vasco realizaram uma final cheia de emoções, no dia 6 de dezembro. Com a derrota nos dois primeiros jogos, os rubro-negros perderam a vantagem que tinham conquistado na fase de classificação e o título foi decidido em igualdade de condições. O Flamengo abriu o placar aos 20 minutos de jogo com Adílio, que aproveitou uma sobra de bola na área vascaína. Quatro minutos depois, Zico lançou Júnior pelo meio-campo, o goleiro Mazaropi dividiu com o lateral na intermediária e Nunes aproveitou a sobra e chutou para o gol vazio. O Flamengo fazia 2 a 0 e o título ficava cada vez mais próximo do time da Gávea, mas aos 38 minutos do segundo tempo, o Vasco diminui a diferença, ganha moral e a partida fica dramática, se empatassem, o jogo iria para a prorrogação. Dois minutos depois um torcedor invadiu o campo, os jogadores do Vasco, que acusaram a diretoria do Flamengo de ter causado esse episódio para esfriar o jogo. A partida ficou paralisada por oito minutos e os rubro-negros conseguiram manter o resultado e conquistar o primeiro título do então futuro terceiro tricampeonato estadual da história do clube, que se concretizaria com as conquistas de 82 e 83. Os jogadores dedicaram o título ao Cláudio Coutinho.
Alguns dias após a histórica final contra o Vasco, o Flamengo embarcou para o Japão onde iria enfrentar um dos melhores clubes europeus da época, o Liverpool, da Inglaterra, que desde 74 ganhava praticamente tudo no antigo continente.
O jogo era o principal da história do Flamengo até aquele momento e os rubro-negros estavam em clima de total euforia. A torcida estava preparando uma grande festa nos Arcos da Lapa, onde foram colocados telões para que acompanhassem a grande partida, mas um temporal estragou a festa e os torcedores tiveram que assistir em casa.
Minutos antes de começar o jogo, no túnel de acesso ao gramado do Estádio Nacional, em Tóquio, os jogadores rubro-negros começaram a sentir a arrogância dos ingleses, que mostraram um certo desprezo com o time brasileiro, pois achavam que ganhariam fácil.
Quando a partida começou, o que se viu foi à superioridade técnica e o completo domínio do Flamengo, que abriu o placar aos 12 minutos, em belo lançamento de Zico para Nunes na esquerda que, com um leve toque, deslocou o goleiro do Liverpool. O segundo veio aos 36 minutos, depois de falta cobrada por Zico. O goleiro não segurou e Adílio aproveitou o rebote. No Brasil a torcida já comemorava o título inédito quando Nunes marcou o terceiro em chute cruzado, após ótimo lançamento de Zico.
No segundo tempo o Flamengo poupou o Liverpool de uma vergonhosa goleada e se limitou a administrar o resultado. No final da partida, Zico foi eleito o melhor da partida e Nunes o artilheiro.
Nas ruas do Rio de Janeiro a torcida comemorava o maior título já conquistado por um clube carioca. Para muitos, as ruas do Rio só viram festa como aquela após o Tricampeonato Mundial da Seleção Brasileira em 1970. O Brasil não ganhava um título mundial de clubes desde o bicampeonato do Santos em 1962 e 1963. O ano de 1981 foi o ano que consagrou a geração de Zico. Foi o ano em que acabou a história de que o Flamengo era “Time de Maracanã”, que só ganhava campeonatos nesse estádio. Foi o ano em que o Flamengo se tornou um dos maiores clubes do mundo e que esse time formado por: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior, Andrade, Adílio e Zico, Tita, Nunes e Lico se tornou um dos maiores de todos os tempos.
Ouvindo:
Rush - Rush In Rio (2003)
Disco triplo, gravação do show que eles realizaram no Maracanã em Novembro de 2002.

12.08.2006

50 melhores discos de punk rock?

1.Sex Pistols – Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols (1977)
2. Green Day - Dookie (1994)
3. Dead Kennedys - Fresh Fruit for Rotting Vegetables (1980)
4. Nirvana - Nevermind (1991)
5. The Offspring - Smash (1994)
6. Rancid - ...And Out Come the Wolves (1995)
7. Discharge - Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing (1982)
8. The Clash - The Clash (1977)
9. The Damned - Machine Gun Etiquette (1979)
10. Ramones - Ramones (1976)
11. NOFX - Punk in Drublic (1994)
12. Fugazi - Repeater (1990)
13. The Clash - London Calling (1979)
14. Blink-182 - Enema of the State (1999)
15. The Stooges - Fun House (1970)
16. Black Flag - Damaged (1981)
17. Minor Threat - Complete Discography (1989)
18. The Stooges - Raw Power (1973)
19. The Undertones - The Undertones (1979)
20. The Offspring - Americana (1998)
21. Bad Brains - Rock for Light (1983)
22. Buzzcocks - Love Bites (1978)
23. NOFX - So Long and Thanks for All the Shoes (1997)
24. The Ruts - The Crack (1979)
25. Crass - Feeding of the 5000 (1978)
26. The Vandals - Hitler Bad, Vandals Good (1998)
27. Operation Ivy - Energy (1989)
28. Refused - The Shape of Punk To Come (1998)
29. Rocket From the Crypt - Scream Dracula, Scream! (1995)
30. The Exploited - Punks Not Dead (1981)
31. Cro-Mags - Age of Quarrel (1986)
32. Quicksand - Manic Compression (1995)
33. The Descendents - Milo Goes to College (1982)
34. Sublime - Sublime (1996)
35. The Misfits - Static Age (1978)
36. The Mighty Mighty Bosstones - Let's Face It (1997)
37. Bad Religion Suffer (1988)
38. Less Than Jake - Hello Rockview (1998)
39. Dwarves - Are Young and Good Looking (1997)
40. Supersuckers - The Evil Powers of Rock 'N' Roll (1999)
41. Social Distortion -White Light White Heat White Trash (1996)
42. The Get Up Kids - Something to Write Home About (1999)
43. Green Day - Nimrod. (1997)
44. Will Haven - El Diablo (1997)
45. Stiff Little Fingers - Inflammable Material (1979)
46. Napalm Death - Scum (1987)
47. A.F.I. - Black Sails in the Sunset (1999)
48. Poison Idea - Feel the Darkness (1990)
49. G.B.H. - Leather, Bristles, Studs and Acne (1981)
50. Killing Joke - Killing Joke (1980)

Esses são os 50 melhores e mais importantes discos de punk rock da história. A lista foi publicada no site da revista inglesa Kerrang na semana passada. É claro que cada um tem uma preferência e acha que alguns não deveriam estar ai e que tantos outros ficaram de fora, gosto não se discute, mas é fato que houve uma certa incoerência nessa escolha. Grupos como Ramones e The Clash não podem ficar na posição que ficaram, clássicos como Love Songs For The Retarded do The Queers e BoogadaBoogadaBoogada! do Screeching Weasel não poderiam ficar de fora, assim como o clássico American Idiot do Green Day, lançado em 2004 e que é um dos melhores, se não for o melhor disco de rock da década até o momento.
O Sex Pistols em primeiro e o Ramones em décimo é um pouco estranho, mas como é uma lista de uma revista inglesa, é natural que houvesse uma banda do país em primeiro. Mas ver o The Clash em oitavo com o primeiro disco que lançaram, não é normal. Ver o London Calling em 13° é ainda pior. É ai então que se percebe algo estranho.
O caso do Ramones e do The Clash são graves porque, além de ocuparem posições muito aquém do que lhes é de direito, mereciam pelo menos dois discos entre os dez primeiros. São as mais clássicas e melhores bandas de punk rock de todos os tempos.
Vamos começar pelo The Clash. O London Calling deveria estar, pelo menos, entre os três primeiros. O primeiro e homônimo LP do grupo, em uma lista como essa da Kerrang, não merece o oitavo lugar, deveria estar na frente de Offspring, Rancid e Discharge.
O Caso do Ramones é ainda pior. Os reis perderam a primeira posição para um grupo que ficou conhecido como a farsa do punk rock, o Sex Pistols. Sem os Ramones, sem os shows históricos que realizaram na Inglaterra em 75 e 76 e toda a cena de Nova Iorque no início da década de 70, não existiria Sex Pistols e não existiria punk inglês. Tudo isso já seria o suficiente, mas é fato que a maioria dos discos feitos por Joey, Dee Dee, Johnny, Tommy e depois com o Marky, são melhores que Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols. Discos como Ramones, Leave Rome, Rocket To Russia, Road To Ruin e Pleasant Dreams, não poderiam ter ficado de fora.
Outra injustiça foi com o punk rock brasileiro. O Brasil possui uma das principais cenas punks do mundo e bandas como Ratos de Porão e Cólera também poderiam estar na lista com os discos Crucificados Pelo Sistema e Pela Paz em Todo Mundo, respectivamente. Essas bandas, assim como Replicantes, Nitrominds, Jason, Street Bulldogs e tantos outros grupos nacionais realizam turnês pela Europa e são bastante conceituadas em alguns países do continente.
E ai voltamos a pergunta do título: 50 melhores discos de punk rock? Essas listas sempre geram muitas discussões, porque, como foi dito, cada um achará que faltou determinado disco ou que alguns discos mereceriam posições melhores, o que é natural. O Complicado é ver injustiça com bandas como o Ramones e o The Clash que lançaram os discos mais clássicos, não só do punk, mas do rock também, ficarem em posições tão abaixo do esperado. Ouça os discos, citados a cima, dessas bandas e entenderá o por quê. Ouça também os citados na lista, não conheço todos, mas ouvir bandas como Dead Kennedys, Black Flag, Buzzcocks, The Undertones, Descendents, Bad Religion, NOFX e tantas outras, é essencial para a compreensão do que é o punk rock.
* * * * *

Depois de um longo período longe do blog, estou de volta. Vou tentar colocar, pelo menos, um texto por semana nesse período de férias. Assunto é o que não falta, alguns tristes, como a morte de Puskas, craque húngaro da seleção de ouro da década de 50; e outros mais felizes como os 40 anos do clássico LP Pet Sounds do Beach Boys e os 25 anos do histórico título mundial conquistado pelo Flamengo, entre outros. Todos com um certo atraso, mas o que vale é a intenção...hehehe. Aguardem.

Ouvindo:
Motörhead – Kiss of death (2006)
The Head Cat – Lemmy, Slim Jim e Danny B (2000)

O The Head Cat é um projeto muito interessante formado por Lemmy Killmister (Motörhead) e Slim Jim (Stray Cats). Rockabilly básico e do bom. Quem quiser baixar o disco completo, é só clicar no link abaixo, que abrirá o site do blog Lágrima Pisicodélica, onde há vários discos para download. O do The Head Cat está lá no final da página. Segue o link:

10.21.2006

Fim do CBGB & OMFUG


No último dia 15 de Outubro, Patti Smith realizou o último show da história do CBGB & OMFUG (Country, bluegrass, blues and Other Music For Uplifting Gormandizers), lendário bar localizado no bairro do Bowery, em Nova York. Hilly Kristal lutava contra o despejo desde 2005, devido a falta de pagamento do aluguel do espaço. Hoje, em NY, os proprietários dos prédios cobram aluguéis com valores muito elevados se comparados com os do início da década de 70. Pessoas como Tommy Ramone, Debbie Harry do Blondie e Steven Van Zandt, guitarrista do Bruce Springsteen, criaram no ano passado a campanha Save The CBGB para tentar arrecadar fundos para ajudar Kristal a pagar as dívidas, mas não deu certo e uma era chega ao fim. A casa foi o palco onde surgiu nomes como Ramones, Blondie, Talking Heads e Television.
A última semana do clube foi marcada com uma série de shows com bandas que começaram suas carreiras realizando shows no local. Os primeiros shows foram do Bad Brains, grupo de hardcore do início da década de 80 e formado exclusivamente por negros, que tocaram nos dias 9, 10 e 11, ao lado do Avail, Bouncing Souls, Underdog e Stimulators.
Na sexta-feira, sábado e domingo os shows foram dos grupos que começaram suas carreiras na mesma época que o CBGB surgiu. Na sexta a principal atração foi o The Dictators, que também tocaram no sábado, mas como coadjuvantes da apresentação acústica de Debbie Harry e Chris Stein do Blondie. No domingo e último dia de shows, Patti Smith foi a principal atração e teve participações especiais de Flea, do Red Hot Chilli Peppers e Richard Lloyd, do Television. Patti fugiu um pouco da filosofia da casa, e tocou clássicos que fizeram a história da casa como: The Tide is High, do Blondie, Sonic Reducer, dos Dead Boys e um medley de músicas dos Ramones.
O CBGB surgiu no início da década de 70, mais precisamente no ano de 1973 e tinha como principal objetivo ter shows de Country, bluegrass e blues, como sugere o próprio nome. Hilly Kristal só permitia shows de grupos que tocassem músicas próprias e, com o passar do tempo, passou a apostar nos grupos que estavam surgindo em Nova York e que tinham uma sonoridade mais primitiva. No início da década de 70, esse tipo de som não era nada comercial, pois a moda do momento era o rock progressivo.
Com isso, o Television se tornou o primeiro grupo dessa geração punk e new wave de Nova York a tocar no CBGB, em março de 74. No mês de agosto foi a vez do Angel & the Snakes, que mais tarde veio a ser conhecido como Blondie, e dos Ramones, o grupo que fez o clube ter a importância que tem hoje devido as históricas apresentações dos quatro garotos de Forest Hills no Queens.
No início o público dos shows era formado, na grande maioria, por músicos que tocariam no mesmo dia. Os shows dessas bandas eram semanais e Hilly realizou alguns festivais, e com isso, aos poucos, o público foi crescendo e algumas apresentações passaram a ter lotação esgotada.
Com certeza, os shows mais lendários no CBGB foram os dos Ramones. As músicas raramente passavam dos dois minutos e, consequentemente, as apresentações eram muito curtas e eles tinham que repetir duas vezes algumas músicas. Outro fator marcante era a pouca sincronia entre os acordes que cada integrante tocava e a semelhança entre as músicas, o que permitia saber o fim de uma e o começo de outra era a clássica contagem do one, two, three, four, feita por Dee Dee Ramone. As constantes discussões no palco para decidirem qual seria a próxima canção também fazia parte das históricas apresentações do grupo no CBGB.
No início da década de 80, a cena que manteve o clube vivo foi o hardcore underground de Nova York, com bandas como Bad Brains, Agnostic Front, Sick Of It All, Gorilla Biscuits e Youth of Today. Nessa época havia uma matinê aos domingos e que era conhecida como Trash Day. A festa começava a tarde, terminava antes das 10 horas da noite e os ingressos eram sempre muito baratos. Mas no final da década a casa deixou de realizar shows de hardcore e punk por causa da extrema violência dentro e fora dos shows. Isso fez com que abrisse um espaço ainda maior para bandas de rock alternativo como Sonic Youth e Living Colour.
A partir dos anos 90 o CBGB passou a abrir espaço para todos os estilos musicais, sem apresentar nenhum tipo de regra para permitir ou não o show de um determinado grupo. Mas mesmo assim, o público e as bandas de hardcore e punk rock continuaram a ser os principais freqüentadores da casa até o último show realizado no dia 15 de Outubro.
Em 2008, Hilly Kristal levará o CBGB & OMFUG para Las Vegas, o que, com certeza, não terá a mesma representatividade e importância como o que está a 33 anos na 315 Bowery na Bleecker street em Manhattan. São 33 anos valorizando a originalidade e criatividade dos músicos, e não apenas a técnica. Uma casa como o CBGB & OMFUG, que nasceu com o espírito do punk rock antes mesmo de ele surgir, merecia a importância que conquistou nesses 33 anos e merece o título de templo do punk rock mundial.
Ouvindo:
Social Distortion - Somewhere Between Haven and Hell (1992)
Greg Graffin - Cold as Clay (2006)

10.03.2006

Eleições 2006

Como todo ano de eleição para presidente, 2006 começou morno com relação a discussões políticas entre a população por causa da Copa do Mundo, que continuou sendo assunto durante pelo menos um mês devido à derrota do Brasil, a apatia dos nossos jogadores, o peso do Ronaldo, a meia do Roberto Carlos fora do lugar e a cabeçada do Zidane.
Agosto chegou rápido e com ele o tão odiado – e também engraçado – horário gratuito eleitoral. Com a aproximação do 1º turno, que foi realizado neste último domingo, dia 1 de outubro, o país passou a respirar política. O futebol deixou de ser o principal assunto das mesas de bares e a política brasileira passou a ser assunto nacional.
Discussões por todos os lados sobre mensalão, sanguessugas, comparações entre os governos FHC e Lula, o rápido crescimento nas pesquisas de uma radicalzinha bonitinha e cheirosinha, mas também muito nervosinha – para alguns, sem educação –, e para completar o quadro, o escândalo do dossiê comprado pelos petistas para incriminar os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
Na última semana, com a realização do último debate, que é realizado pela TV Globo, a principal questão passou a ser a ida ou não do Presidente Lula. Para muitos foi um erro grave, que poderia custar a não vitória no primeiro turno. Mas não custa lembrar que nas eleições de 89, a mesma Rede Globo acabou com as possibilidades de vitória do Lula, quando fez uma edição favorável ao então candidato Fernando Collor de Mello. Por que essa situação não poderia se repetir agora?
Outro motivo forte para a ausência do candidato do PT no debate foi à presença da candidata do PSOL, Heloísa Helena. Lula à teme porque foi um dos responsáveis pela expulsão da senadora do Partido dos Trabalhadores e sabe que a presença dela no debate é uma ameaça à reeleição.
Depois de tantas conversas sobre política e algumas brigas por discordâncias de opiniões, enfim chegou o dia 1 de outubro, o dia do 1º turno da votação, para muitos brasileiros poderia ser o único, mas não por apoiarem a vitória do Lula logo de cara, mas para não terem que exercer esse sacrifício democrático novamente no dia 29 de outubro.
No domingo, logo no início do dia, foi triste constatar que a maioria dos nossos políticos continuam não respeitando as leis do nosso país. Nessa eleição, boca de urna era proibido, mas nosso caminho até o local de votação era tomado por santinhos e algumas pessoas com camisas e bandeiras de candidatos. Acho que é em época de eleição que a nossa cidade fica mais feia, por todos os lados que olhos há um candidato com um sorriso cínico e o respectivo número, será que somos tão idiotas?
Logo no início da noite as primeiras urnas começaram a ser apuradas e a pouca diferença entre Alckmin e Lula já nos indicava que haveria 2º turno, até porque a última cidade a terminar a apuração foi SP, onde Alckmin têm a maioria dos votos. No final, Lula obteve 48,6% dos votos, contra 41,63% de Geraldo, que teve um aumento impressionante para quem, até o início da semana, tinha apenas 28%. Um detalhe curioso é a divisão que aconteceu entre as regiões do país. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde o poder econômico é maior, o tucano teve maioria de votos; enquanto que nas regiões mais pobres, Norte e Nordeste, o petista teve a maioria de votos.
Um triste resultado foi ver que mensaleiros, sanguessugas e outros corruptos antigos conseguiram um lugar na câmara e no senado. São Paulo teve os resultados mais vergonhosos, o principal deles foi à eleição de Paulo Maluf (PP) e Clodovil Hernandes (PTC) como os mais votados para deputado federal no estado. É claro que muitos outros casos aconteceram pelo país, como a eleição do Collor para o senado por Alagoas, mas o espaço é muito curto para citar todos.
Com relação à cláusula de barreira, apenas sete dos 26 partidos conseguiram atingir a meta de 5% dos votos nacionais para a Câmara e mais 2% em pelo menos nove estados. Foram eles: PT, PDT, PMDB, PSDB, PFL, PP e PSB. Com isso partidos como o PSOL, PTB, PC do B e PV irão perder o pleno direito a funcionamento.
Para muitos, o desempenho do Brasil na Copa do Mundo mostrou o espírito do povo brasileiro, para estes, somos apáticos, sem determinação e vontade de lutar. Mas será que realmente somos assim? Acho que não. Se isso fosse verdade, não teríamos lutado contra a ditadura militar, não sairíamos as ruas pelas diretas já e para tirar um corrupto do poder, como aconteceu com o Collor. Se esses brasileiros acham isso do próprio povo, é por que eles mesmo possuem esse tipo de atitude e não têm coragem de protestar contra o que há de errado em nosso país.

Ouvindo:
John Frusciante – To Record Only Water For Ten Days (2001)
The Slackers – Peculiar (2006)

9.29.2006

Botinada! A Origem do Punk no Brasil


Este é o nome do documentário que está sendo lançado esta semana e que conta à história da primeira fase do punk rock no Brasil (1976 a 1984). O filme está sendo lançado em DVD pela ST2 vídeo e traz um cd de bônus com músicas das primeiras bandas do país. Botinada! traz 110 minutos de cenas inéditas e raras de como tudo começou por aqui e como o movimento punk brasileiro se tornou um dos principais em todo o mundo.
A produção e direção ficaram por conta do músico e ex-vj da MTV Gastão Moreira. Ao todo foram 77 pessoas entrevistadas, entre elas: Rédson do Cólera, Clemente dos Inocentes, Ariel do Condutores de Cadáver e João Gordo do Ratos de Porão.
Para concluir o projeto, Gastão levou quatro anos realizando pesquisas e entrevistas. Localizar as pessoas responsáveis pelo surgimento do movimento punk e a precariedade do material encontrado foram as principais dificuldades durante o processo de produção.
- As fitas de vídeo estavam mofadas e os jornais caindo aos pedaços. Fui atrás de todos os vestígios, tentei juntar o máximo de material possível antes que fosse tarde.
A filosofia do punk, o “Do It Yourself” (faça você mesmo), atingiu milhares de jovens por todo o mundo no final da década de 70 e até hoje faz com que muitos acreditem que é possível fazer e seguir os próprios sonhos. Gastão foi um desses garotos que seguiram essa filosofia:
- Foi por causa do punk que eu descobri que poderia montar uma banda, tocar e compor. Poderia basicamente qualquer coisa. Até mesmo arriscar fazer um documentário.
O filme mostra como era o Brasil antes do surgimento do movimento punk, o começo das bandas, as brigas com os skinheads e o primeiro festival, o clássico O Começo do Fim do Mundo. A narração é feita pelos próprios personagens que vivenciaram esta época.
- Eles transbordam emoção e sinceridade nos depoimentos. Depois de duas décadas, conseguem o distanciamento necessário pra ver toda essa história com bom humor.
O foco principal do documentário é sobre a cena paulista, mas como é sabido, em Brasília também havia uma turma que tocava punk rock e que para muitos teve a primeira banda punk brasileira, o Aborto Elétrico, liderada por um tal de Renato Russo. Então volta-se a velha polêmica, quem foram os pioneiros, Brasilienses ou Paulistas?
- Filhinho de diplomata, revoltadinho em Brasília, dizendo que começou o movimento punk, da licença – é o que diz Ariel, vocalista do Condutores de Cadáver, em uma das cenas de Botinada!.
Saber quem foram os pioneiros não é o mais importante e nem é o principal foco do filme, mas vale lembrar, que as bandas paulistas continuam fiéis aos ideais punks até hoje, enquanto que a maioria das brasilienses optaram por uma sonoridade mais pop rock, ainda no início dos anos 80 e alcançando o sucesso nacional.
Botinada! A Origem do Punk no Brasil é um registro histórico e essencial para quem quer entender como tudo começou e como esses garotos do subúrbio colocaram o movimento punk brasileiro entre os principais do mundo.

Confira abaixo os capítulos do DVD e as faixas do cd. Para conferir o trailer do filme é só clicar no seguinte link:
http://www.st2.com.br/sala_de_imprensa/botinada/botinada.html


DVD

01. Introdução
02. Quer saber o que é punk?
03. Onde começou o movimento punk no Brasil?
04. A chegada da informação
05. Antes do punk
06. 1977
07. LPs
08. Ramones, Pistols e Cia
09. Fitas K7
10. Salões punk
11. Punk na rádio
12. Familia
13. Vila Carolina
14. Primeiras bandas
15. AI 5
16. Restos de Nada
17. Condutores de Cadáver
18. Cólera
19. Primeiro show punk no Brasil
20. Olhos Seco
21. Pontos de encontro
22. Gangues
23. SP X ABC
24. Bomba no Construção
25. Grito suburbano
26. Compacto Lixomania
27. Show no Gallery
28. Luso Brasileiro
29. Matéria no Estadão
30. Salão Beta Puc
31. Começo do fim do mundo
32. Dispersão
33. Paradeiro Atual
34. Legado Punk

CD Bônus
01. Oi Tudo Bem? - Garotos Podres
02. Nada - Olho Seco
03. Pânico em SP - Inocentes
04. Vivo na Cidade - Cólera
05. Agressão / Repressão - Ratos de Porão
06. Festa Punk - Replicantes
07. O Punk Rock Não Morreu - Lixomania
08. Desemprego - Fogo Cruzado
09. Restos de Nada - Restos de Nada
10. Trabalhadores Brasileiros - Espermogramix
11. John Travolta - Ai-5
12. Bem-vindos ao Novo Mundo - Condutores de Cadáver
13. Câncer - Hino Mortal
14. Brasil (Desordem e Regresso) - Rephugos

9.24.2006

MeninaMá.com


Hayley (Ellen Page, a Kitty Pride de X-Men 3) é uma menina de 14 anos e bastante madura para a idade. Ela, como toda adolescente atual, passa horas em conversas de chats pela internet, mas a diferença é que ela quer desmascarar uma pessoa, o fotógrafo Jeff (Patrick Wilson), de 32 anos. Os dois trocam mensagens picantes e marcam de se encontrar em um lugar bem movimentado, um café. Após algumas horas de conversa, os dois vão para a casa de Jeff.
Até ai, uma estória normal de um assédio de um pedófilo a uma menina ingênua, mas Hayley é bastante experta e sabe o que faz, e é ai que começa toda a trama. Na casa de Jeff, ela bebe vodca, após recusar o suco de laranja, e coloca droga no drink do fotógrafo. Ela passa a observar tudo que a na casa, e o que mais lhe chama a atenção são as fotos de adolescentes nas paredes, as quais ele diz que são exclusivamente profissionais.
Após desmaiar sobre o efeito da droga, Jeff acorda amarrado a uma cadeira e Hayley começa a fazer uma pressão psicológica para descobrir onde ele guarda a pornografia infantil. A menina realiza vários tipos de tortura, que chega a um certo ponto que você já não sabe mais quem realmente é o vilão da trama, pois fica claro que os dois possuem problemas psicológicos e nada justifica a ação de Hayley.
O filme tem como ponto alto à seqüência que a jovem ameaça castrar Jeff. Sobre esta cena, o diretor David Slade afirmou:
- Inúmeros filmes mostram um homem ameaçando uma mulher com uma faca, e eles nunca despertam uma reação extrema da platéia masculina. Se uma mulher ameaça um homem, porém, a testosterona ferve.
MeninaMá.com (Hard Candy, USA, abril de 2006) foi lançado aqui no Brasil nesta última sexta-feira, dia 22 de setembro, e é um filme que não faz uma reflexão e nem se discute os problemas da pedofilia, mas utiliza o tema para criar uma trama envolvente e cheia de suspense, que prende o espectador do início ao fim. O filme foi baseado em um caso que aconteceu no Japão, onde uma garota adolescente e suas amigas atraíram e atacaram um homem mais velho.

MeninaMá.com é um dos melhores filmes do ano e é considerado a vingança da Chapeuzinho Vermelho.

9.21.2006

Fim do Sonho

Brasil perde da Austrália por 88 a 76 e está fora da final

O Brasil esteve muito perto de disputar a final do mundial de basquete feminino que está sendo disputado em São Paulo, mas perdeu para a Austrália e o sonho do bicampeonato foi adiado para 2010. Nossa seleção esteve bem durante todo o jogo, dominou os três primeiros quartos, mas acabou perdendo por 88 a 76, resultado que não demonstra o que realmente foi a partida.
O primeiro quarto foi bastante disputado, com as duas equipes impondo um ritmo forte e terminou empatado, com 21 pontos para cada lado. Brasil e Austrália mantiveram o ritmo no segundo quarto, mas o Brasil conseguiu ir para o intervalo com um ponto a frente no placar, graças a uma cesta de três pontos de Adrianinha à 22 segundos do fim, fechando o quarto em 40 a 39.
A seleção brasileira voltou melhor que a australiana no terceiro quarto e esteve a frente quase todo o tempo. A boa pontaria das duas seleções nas cestas de três foi o principal destaque deste quarto, e o Brasil, que mostrou um melhor aproveitamento e contava com o apoio da torcida, conseguiu abrir uma diferença de 9 pontos, que caiu para 7 nos segundos finais em cobrança de lance livre, finalizando o quarto em 64 a 57.
O Brasil estava melhor e a torcida empolgada com a vitória parcial, mas veio o último quarto e a Austrália voltou disposta a vencer o jogo e chegar a final, enquanto as meninas brasileiras não conseguiram manter o ritmo dos três primeiros quartos. Com pouco menos de três minutos as australianas já tinham virado para 69 a 68. As bolas de três brasileiras não estavam mais caindo, as jogadas também não estavam mais dando certo e a torcida começou a pedir a volta da pivô Alessandra. A Seleção lutou até o final, mas as australianas conseguiram abrir uma diferença de 10 pontos faltando poucos minutos para o fim do jogo. A reação ficou difícil e o sonho de conquistar o bicampeonato mundial em casa acabou.
Agora o Brasil irá disputar a medalha de bronze contra os EUA, que foram surpreendidos pela Rússia e perderam a outra semifinal por 75 a 68.

BRASIL: Helen (3 pontos), Janeth (7), Iziane (16), Êga (9) e Alessandra (13). Entraram: Adrianinha (9), Micaela (9), Érika (10) e Cíntia (0).Técnico: Antônio Carlos Barbosa
AUSTRÁLIA: Harrower (6 pontos), Taylor (26), Snell (25), Whittle (6) e Jackson (19). Entraram: Bevilaqua (0), Screen (2), Grima (0), Summerton (4) e McInerny (0).Técnica: Jan Stirling

9.19.2006

Um Pouco Sobre Política

Mais uma vez vemos nos jornais a denúncia de que um assessor do governo está envolvido em um escândalo de corrupção. Dessa vez, além do assessor especial do presidente, petistas do comitê da campanha a reeleição são suspeitos de negociar dossiê acusando os candidatos Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, de envolvimento com a máfia dos sanguessugas, um dos maiores esquemas de corrupção do país. E adivinhem qual será a provável declaração do nosso presidente. Sim, será a mesma do mensalão, dos correios, bingos e outros. Lula dirá que nada sabia e que foi traído.
Bom, essa seria até uma desculpa aceitável se tivesse acontecido uma vez, mas depois de tantos casos envolvendo assessores e ministros importantes como José Dirceu e Antônio Palocci, fica difícil, ou melhor, impossível de acreditar que Lula seja inocente e que seja vítima em todos esses escândalos no governo.
Nada foi comprovado ainda, mas os indícios são cada vez mais fortes. Mas é preciso que a justiça investigue também as denúncias feitas no dossiê, pois elas são graves e atingem dois candidatos que disputam cargos importantes no país.
Acho que esse tipo de escândalo não surpreende mais ninguém, pois sabemos que a maioria de nossos políticos são capazes de qualquer coisa para se eleger. O que assusta é saber que mesmo após tantos escândalos no Governo Lula e no Governo Fernando Henrique, os dois candidatos com o maior índice de porcentagem de votos nas pesquisas sejam do PT e do PSDB, e o pior é que Lula será eleito. É difícil de acreditar que o povo brasileiro esteja elegendo um candidato que sempre diz não saber de nada e sempre se omite a dar uma explicação ao povo sobre os escândalos de corrupção. Se o povo reeleger Lula será como se tivessem aprovando o mensalão e autorizando o presidente a fazer coisas piores para fazer o que for do interesse dele e do partido. Sinceramente, espero que não tenhamos que aturar Lula por mais quatro anos e também não quero a turma do PSDB outra vez no poder em Brasília. Não sei em quem votar, mas sei que não voto mais no Lula, a maior decepção política do Brasil.

9.18.2006

Fotógrafo Augusto Malta (1864-1957)


Augusto Malta nasceu em Mata Grande, Alagoas, no dia 14 de maio de 1864. No ano de 1888, Malta veio para o Rio de Janeiro trabalhar como comerciante, onde tentou ser vendedor de vários tipos de mercadorias, uma delas foi tecidos por amostras.
Foi apenas no ano da virada do século, em 1900, que Augusto Malta, então com 36 anos, começou a trabalhar como fotógrafo amador, e três anos depois foi contratado pelo Prefeito Pereira Passos para ser o fotógrafo da Prefeitura do Rio de Janeiro.
O trabalho de Malta na prefeitura foi muito importante para a cidade, pois o mandato de Pereira Passos foi marcado por grandes modificações urbanas, que ficou conhecido como “bota abaixo”, e coube a Malta registrar, de forma ilustrativa, esta transformação.
Após a gestão de Passos, Augusto Malta continuou como fotógrafo da prefeitura, e em 1911 registrou as cenas do carnaval carioca, o que faz com que se tornasse o primeiro fotojornalista brasileiro. Malta foi um dos primeiros a perceber a importância da fotografia como veículo de comunicação, sendo um dos percussores da reportagem ilustrada.
Malta documentou praticamente todas as atividades da prefeitura como: inaugurações, posses, obras públicas, hospitais, escolas e muitos outros, até o ano de 1936, quando se aposentou como funcionário da instituição. Ele trabalhou nas gestões de Pereira Passos, Souza Aguiar, Carlos Sampaio, Prado Junior, Alaor Prata e Pedro Ernesto.
Mesmo aposentado, ele continuou a fotografar, por quase vinte anos, o cotidiano do Rio de Janeiro, registrando tudo que aconteceu de importante na cidade. Suas fotos do carnaval, que cobriu até meados da década de 40, são uns dos documentos mais importantes que retratam a memória do que foi o carnaval carioca.
O Acervo de Malta é composto de 80 mil fotos, destas, 15 mil estão no Arquivo Geral da Cidade; 2.600 negativos de vidro e 40 negativos panorâmicos. Augusto Malta morreu no dia 30 de junho de 1957, aos 93 anos, no Hospital da Ordem Terceira da Penitência. Era casado com a Sra. Celina Augusta Vercheuren com quem teve três filhos.

Obs: Queria colocar umas fotos do Rio antigo, tiradas pelo Augusto Malta, mas elas estão muito pesadas. Tentei diminuir a resolução, mas como elas são antigas, ficaram com uma qualidade muito ruim. Quem quiser ver fotos dele, é só clicar nos seguintes links:

http://www.almacarioca.com.br/malta.htm

http://www.digitalis.com.br/vitrine&espelho/fotos.htm

http://www.samba-choro.com.br/fotos/porfotografo/verfotos?chave_id=Augusto%20Malta

9.15.2006

The Ataris - Claro Hall - 09/09/2006

Não vou comentar os shows de abertura porque não vi nenhum, só o do Fresno. Queria ter visto o do Hateen, mas infelizmente eles foram a primeira banda a tocar e não tinha como esperar vários shows, acho que uns cinco ou seis, até o The Ataris. Quando entrei, o For Fun já estava no palco, ainda faltava Darvin e Fresno, e o Claro Hall estava muito cheio.
O show do Fresno começou meia-noite, fui assistir porque gosto de muitas músicas deles como Teu Semblante, Onde Está, Verdades Que Tanto Guardei, Desde Já e algumas outras. O set list teve muitas músicas do novo cd, intitulado Ciano, que foi lançado no meio deste ano. Ainda não o ouvi, mas pelo que percebi no show, acho que as letras estão ficando muito repetitivas, pois quase sempre são sobre amores que não deram certo e sofrimento. A última música foi Onde Está, o grande hit deles, e que seria sucesso fácil em todo o país se eles fossem de uma major.
O The Ataris era, na teoria, a principal atração da noite. Já era pouco mais de 1h30m da manhã quando os americanos subiram no palco e casa estava com o público reduzido, mais da metade já havia ido embora. Foi o show mais vazio que assisti lá no Claro Hall. O show não foi bom, mas também esteve longe de ter sido ruim. Os dois principais problemas foram o som, que não estava bom e com uns ruídos estranhos; e o set list, que foi curto, apenas 13 músicas e teve poucas antigas. Nada contra tocar músicas do cd novo, que ainda não foi lançado e que trará um Ataris com uma sonoridade totalmente diferente do hardcore melódico que os consagrou por todo o mundo, mas como era a primeira turnê deles no Brasil, acho que eles deveriam fazer um set list especial para os fãs, que esperaram tanto tempo para vê-los ao vivo. Da fase antiga, apenas quatro músicas, 1*15*96, i.o.u. one galaxy, road signs and love songs e a clássica San Dimas High School Football Rules. Kris Roe, vocalista, guitarrista e único integrante da formação original do grupo, diz que não toca mais essas músicas por estar separado de sua mulher e que elas foram compostas para ela, e, também, por causa das mudanças na formação e sonoridade do The Ataris.
A última música do show In This Diary, do cd So Long, Astoria, de 2003. Junto com San Dimas, essa foi a música que mais empolgou o pequeno público presente, e Kris levou muitos fãs ao delírio quando desceu do palco e foi cantar a música junto com a galera. Após o fim do show, quando as luzes já haviam sido acesas, Kris ainda estava no palco e tirou fotos dos fãs presentes.
É uma pena que o The Ataris não tenha tocado por aqui na época em que tocavam hardcore e eram uma das melhores bandas do mundo no estilo, com certeza teriam feitos shows históricos aqui no Brasil. Respeito a nova fase do Kris Roe, mas quando baixei o cd novo, Welcome The Night, que ainda não saiu, mas já pode ser encontrado nos programas de download de músicas, achei que aquilo não era o The Ataris e fui pesquisar informações sobre o grupo na internet e cheguei a conclusão que era melhor o Kris ter acabado com o grupo e criar outro, porque os integrantes não são mais o mesmo, a sonoridade já não é mais a mesma e ele não pretende mais tocar as músicas antigas. É difícil saber que uma das bandas que você mais gosta acabou, mas tenho certeza que é melhor ver os integrantes em outros projetos do que vê-los insistindo com algo que não faz mais sentido, como é, infelizmente, o caso do The Ataris.

#1 Hola!

Bom, resolvi criar este espaço para escrever sobre assuntos que curto. Passei alguns dias desse ano pensando em criar um blog, e vários eventos importantes aconteceram durante esse período que eu gostaria de escrever sobre, e não tinha onde publicar, por isso criei esse espaço, mesmo que seja só para eu mesmo ler... Para alguém que tem a pretensão de ser um jornalista, a internet é um lugar muito importante para a comunicação, porque uma pessoa, de qualquer lugar do mundo, pode ter acesso aos textos e opiniões expostas num blog, fotolog, site e outros espaços existentes na web. Mas por outro lado, a internet também pode fazer com que você nunca seja lido pelas pessoas, devido a grande quantidade de informações que são disponibilizadas a cada minuto neste mundo interativo...Espero que eu consiga conquistar alguns leitores...hehehe. Seguindo a filosofia Punk, Do It Yourself.
Amanhã pretendo postar um texto sobre o show do The Ataris aqui no Rio de Janeiro, que aconteceu sábado passado, dia 9.
Por hoje é só pessoal.
Bjs! Enjoy it!